Estabelecimentos

Estabelecimentos comerciais assaltados

Os estabelecimentos comerciais da cidade continuam a ser alvo de assaltos de que, em grande parte, resultam avultados prejuízos materiais, nomeadamente pela forma de arrombamento usada.
A forma de arrombamento é, em parte dos casos de assalto registados na cidade, a causa principal dos prejuízos registados pelos comerciantes, os quais têm que voltar a substituir portas e montras – algumas das quais com vidros de vários milímetros - e pagar a segurança do espaço, para além dos artigos que lhes são furtados.
Esta foi, aliás, a principal “queixa” feita pelos três comerciantes que durante o último fim-de-semana foram assaltados, um dos quais duas vezes desde quarta-feira passada.
O primeiro destes assaltos ocorreu às 5.45 horas do último sábado, um quarto de hora antes da abertura ao público da pastelaria “Planície”, situada no n.º 68C da avenida Bento de Jesus Caraça e onde há uns meses atrás, por volta da mesma hora, a proprietária do estabelecimento foi vítima de carjacking.
Desta vez, os três indivíduos, encapuzados, agiram antes da chegada quer da proprietária, quer da funcionária, tendo arrombado a porta com a ajuda de um pé-de-cabra, com o qual rebentaram com a fechadura. Do interior do estabelecimento os indivíduos – que teriam um Ford Escort, de cor vermelha como apoio – levaram cerca de seis volumes de tabaco e a caixa onde se encontrava algum dinheiro trocado. Para além dos artigos furtados, os prejuízos abrangem ainda a substituição da fechadura e o reforço da segurança da porta.
Já no domingo, pouco depois da 1 hora, foi a vez da loja “Singular – Móveis e Decorações”, situada na rua Frei António das Chagas, n.º 55 A e B e 57 A, no bairro de Montalvão. Segundo adiantou a «O Setubalense» Ernaldo Vinhas, proprietário de três lojas do mesmo ramo naquele bairro da cidade, os assaltantes, que seriam dois que se deslocavam num motociclo, partiram um vidro duplo, laminado, possivelmente com a ajuda de “duas enormes pedras” que se encontravam no local e “dirigiram-se directamente para o computador, sem terem tocado em mais nada”.
Com efeito, o objectivo deste assalto pareceu bem preciso, já que somente o computador e a Internet portátil foram levados da loja. No entanto os assaltantes acabaram por provocar prejuízos avultados já que o vidro partido custou, há uns anos atrás, 410 euros e Ernaldo Vinhas teve que pagar, mais de 200 euros, a um guarda para que lhe garantisse a segurança da loja até ao amanhecer.
Aliás, este comerciante disse ter escrito uma carta a Maria das Dores Meira, presidente da autarquia, no sentido de apurar da brevidade do despacho a ser feito aos inúmeros pedidos que diz estarem pendentes na autarquia para autorização da actividade de guarda-nocturno, tal não é a dificuldade em conseguir encontrar alguém que exerça esta função.
Este comerciante diz que a totalidade dos prejuízos devem rondar cerca de três mil euros e estranha que com tantos moradores naquela artéria, “e o barulho que os assaltantes devem ter feito até conseguir partir o vidro”, ninguém pareça ter ouvido nada. Mais caricato ainda quando há uns tempos atrás se esqueceu do alarme de um relógio ligado e no dia seguinte teve logo reclamações…
Mas sorte idêntica teve Hernâni de Jesus, proprietário da cadeia de restaurantes “Melro” que teve o espaço situado no n.º 42 A da avenida D. João II assaltado duas vezes entre a última quarta-feira e anteontem. O primeiro ocorreu entre as 17 e as 18 horas de quarta-feira e anteontem deram conta do assalto no momento de abertura, por volta das 10 horas. De ambas as vezes foi partido o vidro, “de oito milímetros” da lateral do restaurante e o objectivo sempre o mesmo: “levar algum dinheiro que encontrem e as garrafas das melhores bebidas”.
Este empresário já foi assaltado diversas vezes – no final do ano passado foi assaltado seis vezes em 15 dias -, apresenta sempre queixa na PSP e todas as investigações “são arquivadas por falta de provas”, tal como garante Hernâni de Jesus.